A maioria dos cargos com dificuldade de contratação, diz respeito a profissionais técnicos por deficiências na formação básica. Depreende-se desse dado, que nossas escolas de nível médio e superior, oferecem cursos cujos conteúdos e cargas horárias são insuficientes para a formação de profissionais gabaritados.
Essa constatação confirma minha observação como professor de cursos em pós-graduação, de que o nível de conhecimentos dos alunos vem decrescendo ano a ano, o que torna difícil o aprendizado superior já que além de chegarem mal formados, revelam aversão por leituras, cujo hábito e prazer são imprescindíveis para aquisição de novos conhecimentos. Trata-se de toda uma geração, criada sob formidáveis progressos da tecnologia da informação, que apresenta novidades inimagináveis há 30 anos.
Novos produtos e programas como computadores, softwares, celulares, bluetoth, tablets e outros "smarts" similares, poderiam ser aproveitados pelas escolas e jovens para melhorar o ensino e o aprendizado de formações técnicas, tão carentes no mercado de trabalho. A esses jovens falta a percepção das vantagens que têm nas mãos, para que seu futuro seja melhor do que das gerações passadas.
Deixar para trás a zona de conforto com todos os elementos acima e os ambientes que já não servem mais e se aventurar por novos caminhos pode significar muita coisa, conhecer a si mesmo, revelar novas ideias e permitir novos olhares. Quem nunca enfrentou desafios?
Não compreendem que poderiam ler mais para galgar patamares mais elevados de conhecimentos, tanto técnicos como sociais, políticos, e econômicos, que os levariam à conscientização de suas potencialidades para mudar o Brasil em suas carências essenciais como educação, saúde, emprego e principalmente quanto à cidadania, respeito aos mais velhos e aos cidadãos em geral, sem discriminações odiosas.
Se perguntarmos aos jovens o que é mais importante para suas vidas, a resposta quase instantânea é, ter dinheiro, carros, roupas, boa vida e diversão, o que nada significam desde que não resultem em maiores chances de felicidade e mais oportunidades futuras. As aquisições imediatas resolvem um prazer consumista momentâneo e não resultam em planejamento de vida no longo prazo. Os reflexos são visíveis para os que pensam e refletem sobre os efeitos negativos dos comportamentos acima aludidos.
Às vezes algo acontece em nossas vidas que nos empurra para desafios e situações que nunca teríamos encarado se estivéssemos ficados em nossa zona de conforto.
Pode ser a perda de alguém querido, uma demissão, um relacionamento que termina, a traição de alguém importante, uma doença grave ou qualquer outra peripécia que o destino apronta. Não temos controle sobre o que vem pela frente, mas podemos ao menos tentar reagir diferente.
Muitas vezes só conseguimos chegar ao nosso propósito verdadeiro e encontrar coisas valiosas (valor não é dinheiro!) porque algo nos empurrou. A maioria das pessoas fica parada na beira do lago e nunca saberá a maravilhosa recompensa que há do outro lado quando decidimos enfrentar.
É mais fácil ficar no jardim, no que conhecemos no ambiente que nos sentimos seguros. Não é fácil se aventurar em novas oportunidades seja na vida pessoal ou no trabalho. Mas se algum dia você decidir encarar, seja por escolha própria ou por alguma peça que a vida lhe pregou, nunca pare de nadar.
Temos como consequência uma população deseducada e sem princípios morais e éticos, demonstrados em péssimos comportamentos em todas as cidades brasileiras. Será que tudo está perdido?
Não cheguemos a tanto. Não se trata de análise pessimista, mas realista. Sou otimista quanto às possibilidades futuras de nossa sociedade como um todo. Porém, é absolutamente necessário que comecemos já as mudanças, caso contrário vamos amargar o quadro aqui apresentado por muitos e muitos anos.
Sergio Mansilha