segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Uma Nova era para os Call Center.

Para muitos, uma carreira em call center soa como uma história triste reservada aos mais desesperados entre nós, ou seja, pobres mortais; mas depois de mais de duas décadas com clientes nesse segmento, agora sei que isso não poderia estar mais longe da verdade.

Pessoal, o papel do colaborador de call center está evoluindo rapidamente e num sentido reverso. Vejam só, à medida que a automação acelera, estamos entrando em uma nova era em que as funções de linha de frente exigem um nível mais alto de habilidade e adaptabilidade encarando protocolos diferenciados. De uma certa forma, esse trabalho, muitas vezes visto como de nível básico, no entanto, essas posições são plataformas de lançamento incríveis para a construção de capacidades essenciais que podem impulsionar as pessoas em suas carreiras de negócios. Mas tem um porém, poucas pessoas entram nos call center pensando:

Este é o meu emprego dos sonhos!

Digo sempre, que essas pessoas estão entrando para crescer, aprender e evoluir, e os líderes têm a chance de moldar essa jornada por completo.

Está bastante claro que um emprego em call center não precisa ser um abismo no qual você cai e se esforça para sair, ele pode ser o catalisador que o move exponencialmente mais perto de uma carreira de sucesso, quem sabe.

No ano passado, um líder de CX de uma empresa global de serviços, no qual, faço consultoria, me confidenciou que seu maior desafio é preparar seu Time para funções que ainda nem existem totalmente na empresa. Assim, estamos olhando para posições que, em 20 ou 24 meses, serão remodeladas por avanços tecnológicos e expectativas em evolução dos clientes, e elas exigirão um novo tipo de treinamento em atendimento ao cliente para o seu progresso. Digo sempre, que para prosperar, os líderes precisam reconhecer que equipar seus Times hoje é essencial para seu sucesso amanhã e que seja duradouro.

Vou descortinar o cenário em mudança do call center.

Pessoal, a automação está transformando os call center, mas isso não é sobre substituir colaboradores; é sobre torná-los indispensáveis ​​elevando seus conjuntos de habilidades sequenciais. Vejam só, enquanto as tarefas transacionais são cada vez mais automatizadas, os colaboradores precisarão trazer conhecimento profundo, julgamento diferenciado e compreensão emocional para interações complexas e de alto valor cognitivo. Essa nova função do colaborador envolve misturar fluência técnica com percepção humana, tornando este o momento perfeito, e muito necessário para investir no desenvolvimento de habilidades e novas técnicas.

Olhem essas maneiras pelas quais a inteligência artificial irá melhorar os call center:

1 – Trabalhando o pensamento crítico e resolução de problemas gerais. Induzir que os Times de colaboradores com treinamento de atendimento ao cliente que vá além dos procedimentos padrão, como workshops focados em análise de causa raiz e exercícios de resolução de problemas baseados em cenários reais. Com esse método, ao trabalhar em situações do mundo real e discutir várias abordagens para resolvê-las, os colaboradores aprendem a enfrentar desafios com confiança e flexibilidade rapidamente. Procurar incentivar exercícios de pensar em voz alta positivamente, onde os colaboradores articulam seu processo de pensamento e também pode aprofundar sua capacidade de avaliar e resolver problemas complexos do cliente de forma geral.

2 – Trabalhar a Inteligência Emocional e Empatia. É fato que, para construir inteligência emocional requer mais do que conhecimento teórico e prático. Os colaboradores precisam de espaços seguros para praticar e desenvolver essas habilidades cruciais. Então, o treinamento de atendimento ao cliente pode incluir exercícios de empatia em que os colaboradores se colocam no lugar dos clientes, seguidos de discussões reflexivas sobre como a empatia molda as interações positivamente. Em sua execução, os líderes também podem estabelecer sessões de dramatização focadas no gerenciamento de chamadas de alto estresse, ajudando os colaboradores a construir sua resiliência emocional e se conectar autenticamente com os clientes em momentos importantes e cruciais dessa operação.

3 – Trabalhar a IA e Fluência Digital modernizada. Aclimate os colaboradores com ferramentas de IA e automação de call center por meio de sessões práticas e workshops contínuos de alfabetização digital e coerente com o projeto.

Vou dar um exemplo:

Os Times podem participar de exercícios de ambiente de testes como o sandbox de IA, onde testam e exploram ferramentas, simulando interações reais com o cliente em todos os aspectos. Nessa participação, o treinamento regular de atendimento ao cliente que introduz avanços de IA permite que os colaboradores se sintam fortalecidos por essas ferramentas e entendam seus benefícios e limitações atuais. Digo sempre, que essa abordagem também cria uma cultura de fluência digital, posicionando os colaboradores como profissionais valiosos e experientes em tecnologia de ponta.

4 – Trabalhar o Domínio da Comunicação, afinal, quem não se comunica se trumbica. Vamos entender que o treinamento de comunicação deve focar em clareza, escuta ativa e adaptabilidade funcional. Vou dar uma dica, uma ótima maneira de desenvolver essas habilidades é por meio de sessões de feedback lideradas por pares, onde os colaboradores praticam respostas escritas e verbais e então recebem informações construtivas e formais. Evidente, além disso, criar modelos ou guias de estilo para diferentes tipos de comunicação pode ajudar os colaboradores a aprender as melhores práticas em tempo real e lógicos. É bastante eficaz, pois essa orientação permite que os colaboradores ajustem seu tom, linguagem e estilo a cada cliente exclusivo, e cria um senso de profissionalismo e confiança simultaneamente.

5 – Trabalhar a Adaptabilidade e Resiliência profissional. Introduza e prepare os colaboradores para um ambiente de rápidas mudanças, oferecendo workshops de gerenciamento de mudanças e mini laboratórios de resiliência onde eles praticam o manuseio de situações de mudança com compostura positiva. Dessa maneira, esses laboratórios podem incluir a adaptação a novos fluxos de trabalho ou estratégias para permanecer calmo e focado durante a incerteza que pode aparecer. Na prática e além disso, promover uma cultura onde a mudança é abertamente discutida e desmistificada dá aos colaboradores a confiança para se ajustar de forma rápida e eficaz ao seu trabalho.

6 – Trabalhar a Alfabetização e Insights de Dados completos. Procure ensinar aos colaboradores a interpretar e alavancar dados com cursos básicos de alfabetização de dados que se relacionam diretamente com a experiência do cliente de forma geral. Procure fazer sessões interativas de treinamento de atendimento ao cliente que podem incluir exercícios nos quais os colaboradores analisam conjuntos de dados simples para identificar tendências ou padrões de clientes em suas exigências. Dessa forma, ao incorporar pequenas, mas regulares tarefas de interpretação de dados em rotinas diárias, os colaboradores se sentem confortáveis ​​com os dados, e isso permite que eles usem os dados com confiança e traduzam insights em ações funcionais.

7 – Trabalhar para Construir Expertise Multifuncional. Digo sempre, que um aspecto crítico dessas habilidades é seu papel na construção de um call center que não opere em um silo, mas como um colaborador multifuncional e colaborativo o tempo todo. De forma patente, a experiência do cliente se estende além das paredes do call center; os colaboradores devem entender as prioridades, dinâmicas e estratégias de negócios que impactam o CX em funções como desenvolvimento de produtos, marketing e finanças em toda a sua regulação. Também os líderes de CX têm a responsabilidade única de criar um ambiente onde os colaboradores possam colaborar com Times além do call center e aplicar seus insights de uma forma que esteja alinhada com os objetivos maiores da organização e seus projetos futuros.

Pessoal, os negócios podem ser estruturados em silos, mas o CX não pode ser gerenciado dessa forma, em nenhum momento, pois ss líderes precisam desenvolver colaboradores que não sejam apenas responsivos às necessidades do cliente, mas que também entendam e comuniquem prioridades comerciais mais amplas e menos complexas. Assim, ao tornar essas habilidades a base do treinamento de atendimento ao cliente, os call center podem se posicionar como hubs centrais de percepção do cliente e impulsionar melhorias multifuncionais que se estendem muito além das interações individuais de forma única.

À medida que a experiência do cliente continua a evoluir, o papel do contact center está se transformando de um centro de custos para uma potência estratégica de percepção e engajamento do cliente. Mas essa mudança não acontecerá sozinha. Ela requer um investimento deliberado e com visão de futuro na construção de habilidades que posicione os associados não apenas como representantes da linha de frente, mas também como contribuidores capacitados para a estratégia de negócios mais ampla.

Para formar o posicionamento nesse aspecto, o melhor próximo passo para os líderes de CX é avaliar as habilidades atuais de seu Time em relação a essas áreas que citei acima e identificar onde o treinamento e o desenvolvimento podem causar mais impacto positivo. Vou dar uma dica, comece pesquisando seus colaboradores, identificando pontos fortes e lacunas e projetando um roteiro de treinamento de atendimento ao cliente que os capacite a prosperar no novo cenário de CX e mais realista. Vamos em frente; promova ativamente a colaboração multifuncional conectando os insights dos colaboradores com objetivos comerciais mais amplos, ou seja, tornando seu papel em CX não apenas relevante, mas essencial o tempo todo.

Enfim, agora é a hora de redefinir o que seu call center pode realizar. Prepare o seu time com essas habilidades prontas para o futuro, e você transformará seu call center em um impulsionador crítico do sucesso organizacional em um mundo cada vez mais complexo e centrado no cliente o tempo todo.

Pense nisso.

Sergio Mansilha

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