quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O Brasil e a província do palpite econômico

Acertar palpites sobre futebol é difícil, eu sei, todo o mundo sabe. Mas é muito mais difícil acertar palpites sobre o desempenho econômico de países. E do Brasil, nessa pseudocrise, nem se fala.

No Brasil, muita coisa deve mudar em relação à Economia e os economistas. Vez que o leigo, por não poder e não ter que demonstrar o que afirma sobre assuntos econômicos e não serem responsabilizados por isto, é que prolifera em todos os cantos, em especial na mídia, escrita, falada, televisada e virtual os palpiteiros sobre economia; muito sem nenhum ou parcos conhecimentos econômicos. No País, tais fatos ocorrem em detrimento dos poucos profissionais que um dia buscaram nos bancos universitários a base de conhecimentos sólidos que deveriam ser colocados a serviço da sociedade, e às vezes são usados em planos econômicos que, quando não massacram o povo e dão certo, são usados para eleger políticos ou ajudá-los a manterem-se no poder indefinidamente.

Aprendi na minha vida acadêmica que Economia é ciência social e seu laboratório experimental é a história.

Muitos dos palpiteiros econômicos se arvoram em verdadeiros experts, gurus, conselheiros palestrantes e comentaristas; falam sobre finanças publicas e pessoais, comportamento do consumidor; ensinam a enriquecer e educação financeira; discorrem com maestria sobre políticas econômicas, taxas de juros, planejamento e crescimento econômico, desenvolvimento do país etc. E os Conselhos da classe, sem leis eficazes, nada fazem!!!. Não obstante, há um grupo de economistas que dá palpites e finge que está fazendo ciência. Tanto que erram uma e mil vezes, mas voltam a apostar - e os jornais publicam, de novo, mansa e acriticamente, os chutes de todos eles, como se fossem oráculos.

Se eu fosse dono da bola da Economia Brasileira, evocaria o polvo Paul para fazer as previsões sobre a economia do Brasil. Afinal, na Copa do Mundo, o bom Paul acertou praticamente todos os resultados, ao passo que os senhores do universo, espalhados pelas mais badaladas consultorias do planeta, erram constantemente. Alguns destes palpiteiros chegam a adquirir fama e ganhar bastante dinheiro, de preferência criticando e sendo pessimistas em tudo, a curto, médio e longo prazos. Os palpiteiros geralmente não são economistas. Contudo entre economistas, em relação à ciência econômica, haverá sempre discordância valorativa sobre quase tudo que lhe diz respeito. Praticamente todos os assuntos, podem ser fruto de debate, o que é salutar; quando não atrapalhar a ciência econômica.

Claro que não me refiro a todos os economistas, mas apenas aos que insiste em fingir ciência no que é tão científico quanto os palpites de Paul, o polvo.

“Le Brésil n’est pas un pays serieux”. Será que Charles de Gaulle, realmente falou essa frase nos anos 60.

Palpiteiros, eis um bom tema para vocês.

Pense nisso....

Sergio Mansilha

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