Acertar palpites sobre futebol é difícil, eu sei, todo o mundo sabe. Mas
é muito mais difícil acertar palpites sobre o desempenho econômico de países. E
do Brasil, nessa pseudocrise, nem se fala.
No Brasil, muita coisa deve mudar em relação à Economia e os
economistas. Vez que o leigo, por não poder e não ter que demonstrar o que
afirma sobre assuntos econômicos e não serem responsabilizados por isto, é que
prolifera em todos os cantos, em especial na mídia, escrita, falada, televisada
e virtual os palpiteiros sobre economia; muito sem nenhum ou parcos
conhecimentos econômicos. No País, tais fatos ocorrem em detrimento dos poucos
profissionais que um dia buscaram nos bancos universitários a base de conhecimentos
sólidos que deveriam ser colocados a serviço da sociedade, e às vezes são
usados em planos econômicos que, quando não massacram o povo e dão certo, são
usados para eleger políticos ou ajudá-los a manterem-se no poder
indefinidamente.
Aprendi na minha vida acadêmica que Economia é ciência social e seu
laboratório experimental é a história.
Muitos dos palpiteiros econômicos se arvoram em verdadeiros experts,
gurus, conselheiros palestrantes e comentaristas; falam sobre finanças publicas
e pessoais, comportamento do consumidor; ensinam a enriquecer e educação
financeira; discorrem com maestria sobre políticas econômicas, taxas de juros,
planejamento e crescimento econômico, desenvolvimento do país etc. E os
Conselhos da classe, sem leis eficazes, nada fazem!!!. Não obstante, há um
grupo de economistas que dá palpites e finge que está fazendo ciência. Tanto
que erram uma e mil vezes, mas voltam a apostar - e os jornais publicam, de
novo, mansa e acriticamente, os chutes de todos eles, como se fossem oráculos.
Se eu fosse dono da bola da Economia Brasileira, evocaria o polvo Paul
para fazer as previsões sobre a economia do Brasil. Afinal, na Copa do Mundo, o
bom Paul acertou praticamente todos os resultados, ao passo que os senhores do
universo, espalhados pelas mais badaladas consultorias do planeta, erram
constantemente. Alguns destes palpiteiros chegam a adquirir fama e ganhar
bastante dinheiro, de preferência criticando e sendo pessimistas em tudo, a
curto, médio e longo prazos. Os palpiteiros geralmente não são economistas.
Contudo entre economistas, em relação à ciência econômica, haverá sempre
discordância valorativa sobre quase tudo que lhe diz respeito. Praticamente
todos os assuntos, podem ser fruto de debate, o que é salutar; quando não atrapalhar
a ciência econômica.
Claro que não me refiro a todos os economistas, mas apenas aos que insiste
em fingir ciência no que é tão científico quanto os palpites de Paul, o polvo.
“Le Brésil n’est pas un pays serieux”. Será que Charles de Gaulle, realmente falou
essa frase nos anos 60.
Palpiteiros, eis um bom tema para vocês.
Pense nisso....