De uma forma avassaladora estamos presenciando como a ciência, tecnologia e negócios evoluem e se transformam rapidamente.
Vivemos em um mundo VUCA?
Ou entramos na nova era do
mundo BANI?
No passado recente, as empresas
adotaram o conceito do VUCA como uma forma de descrever as mudanças e
interrupções que têm impactado continuamente negócios, mercados e até governos
em todo o mundo. Mas a pandemia Covid-19 mudou nosso cálculo coletivo de um
mundo VUCA. Acabou se revelando um escopo mais global, assustadoramente
impactante na economia e na sociedade, e mais complexo e ambíguo do que
qualquer outra crise que o mundo moderno já experimentou.
Por meio de minha lente,
parece que enfrentamos um caos na política, no aquecimento global e na atual
pandemia, em qualquer outra esfera da vida.
Revendo sobre o ano 2020 e
esse começo de 2021, não há dúvida de que vivemos em um mundo diferenciado.
Dessa forma, será mesmo o
VUCA, esse acrônimo cunhado pela primeira vez no exército (US Army War College)
que é amplamente aplicado aos negócios e à sociedade, seria o mais apropriado
para empregarmos? Esse termo descreve um mundo Volátil, Incerto, Complexo e
Ambíguo.
Ou chegou a era do mundo
BANI? Você ainda não sabe o que essas quatro letras significam. Elas representam
Frágil, Ansioso, Não Linear e Incompreensível. Se você se sente deixado para
trás ou desatualizado, seja bem-vindo aos sentimentos inerentes ao mundo BANI.
Pessoal, os serviços
profissionais podem ser particularmente vulneráveis à volatilidade, incerteza,
complexidade e ambiguidade, bem como, frágil, ansioso, não linear e
incompreensível de seus mercados. Muitas empresas que não conseguem prever com
precisão e se preparar para as necessidades futuras de talentos contam com a
superutilização para enfrentar os desafios do VUCA ou do BANI.
Essas mesmas empresas tentam
usar abordagens baseadas em planilhas para conduzir seus processos de previsão
e planejamento. No entanto, as planilhas são inadequadas para os cálculos
complexos necessários para criar uma previsão precisa.
Por exemplo, o desafio do
novo RH, é integrar, reter e desenvolver o talento para competir em um mundo
movido a dados. No entanto, muitas organizações não têm uma visão clara das
habilidades e do número de colaboradores necessários para capitalizar em novas
oportunidades.
Então, como é o futuro que
já está chegando?
Quais habilidades estão em
alta?
A estratégia da força de
trabalho está alinhada com a oferta e a demanda por talentos?
Sem uma abordagem madura
para previsão de demanda e planejamento de capacidade na função de recursos
humanos, as empresas estabelecidas serão incapazes de responder a esses tipos
de perguntas, colocando-as em uma desvantagem significativa para novos entrantes
ágeis no mercado.
Eu preconizo sempre que a
única constante é a mudança. Se alguém ainda nutria ideias sobre estabilidade
ou imutabilidade, a essa altura já as teria abandonado ou pelo menos permitido
que descansassem.
Habituamo-nos a usar a
expressão “VUCA” como uma descrição comum do mundo, mas ao aplicar a
volatilidade e a incerteza que fazem parte da sua definição, vem à mente outro
termo que me faz repensar o mundo: “BANI”.
Vamos dar uma olhada no que
cada termo significa, como eles podem nos afetar e quando optar por uma dessas
definições em vez da outra.
O que significa dizer com
VUCA? É uma narrativa ou metáfora para ajudar a simplificar nossa realidade
volátil, incerta, complexa e ambígua em que todos vivemos hoje.
VUCA ou BANI?
A VUCA foi criada no final
dos anos 80, quando o fim da Guerra Fria já se avistava e um horizonte sem
precedentes se abria sem o confronto das duas grandes potências. O Departamento
de Defesa dos Estados Unidos desenvolveu uma visão para descrever o novo mundo
em quatro dimensões: Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo.
O que se tornou interessante
é que essa narrativa se espalhou para fora dos círculos de planejamento
estratégico onde nasceu e se tornou comum no mundo dos negócios. Também tomou forma
como a vantagem na decisão de adotar uma filosofia e métodos ágeis, que são por
natureza adaptativos e, portanto, mais capazes de se mover nas águas
turbulentas que o VUCA descreve.
E o BANI? Esse é um olhar
para o futuro. A prospectiva ou futurismo é um campo de estudo muito amplo e
pouco conhecido que se dedica a identificar tendências, definir modelos e
cenários e, em geral, tentar vislumbrar para onde o mundo está caminhando. Um
senhor de nome Jamais Cascio é um dos membros que cunhou o termo BANI em 2016.
Para Jamais Cascio, o VUCA
está se tornando obsoleto e não cumpre sua missão, ele diz que quando somos
informados de que um sistema é volátil ou ambíguo, não estamos aprendendo nada
novo. Uma mudança de paradigma requer uma mudança de linguagem. “BANI” engloba
situações de instabilidade e caóticas, surpreendentes e desorientadoras.
“Ambíguo” é insuficiente como um descritor de como experimentamos o mundo; uma
explicação melhor é que nossas experiências são incompreensíveis e geram
ansiedade.
Além disso, ele categoriza
que o BANI vai além de simplesmente descrever o mundo atual para incluir
maneiras de lidar com esses quatro desafios:
A fragilidade pode ser
tratada com resiliência e flexibilidade;
A ansiedade pode ser tratada
com empatia e atenção plena;
A não linearidade pode ser
tratada com contexto e flexibilidade;
A incompreensibilidade pode
ser tratada com transparência e intuição;
Então, BANI ou VUCA?
Pessoal, em meus estudos, o
que determinará se VUCA ou BANI (ou alguma alternativa) prevalece como
narrativa do mundo não é sua capacidade objetiva de descrever a realidade. Ambos
apelam às percepções e à necessidade de encontrar sentido no mundo, e a versão
que ganha aceitação será aquela que melhor se conecta com nossa visão
particular da realidade a cada momento.
Sabemos que sempre houve
incerteza, mal-entendidos sobre as mudanças e sua escala, ignorância e
ansiedade sobre suas consequências. Dessa mesma maneira, ideologias, métodos e
processos nos fornecem soluções na forma de referências estáveis que
geram certezas e estabilidade para se agarrar. Duvido que a percepção de nossa vida seja menos
incerta e estressante do que a de qualquer pessoa no passado. Certamente todos
perceberam volatilidade, ansiedade ou caos em seu mundo na proporção de sua época.
Outra coisa é que os
problemas reais do passado e do presente são comparáveis, desde do acesso aos recursos
básicos às expectativas para o futuro.
Pessoalmente vejo que qualquer
uma das duas visões pode fornecer elementos válidos para refletir nosso mundo,
mas acho que ambas estão faltando dois fundamentos:
Variabilidade e Aceleração!
Embora nosso mundo seja muito
mais homogêneo do que nunca, com uma redução dramática de línguas, crenças,
biodiversidade, paisagens e organizações sociais, a experiência pessoal de cada
pessoa é infinitamente mais variada do que no passado.
Se o transferimos para o
nosso ambiente de trabalho, vemos que a quantidade de conhecimentos, técnicas,
ferramentas, métodos, etc. que utilizamos é enorme e não para de crescer. Na
verdade, está crescendo a uma velocidade cada vez maior. Esse é o outro sinal
distintivo do nosso tempo.
O que me faz parecer que
corremos cada vez mais rápido para ficar no mesmo lugar. É comum falar em
“mudanças vertiginosas”, e sabemos que há momentos em que elas aceleram
drasticamente (como aquela que viu nascer o termo VUCA). Mas um diferencial do
nosso tempo é que a mudança é acelerada mesmo quando não há momentos especiais
que a apoiem.
Nosso desafio é lidar com a
variabilidade (incerta, não linear, ambígua, incompreensível) e a aceleração
(volátil, ansiosa, complexa, frágil). A variabilidade traz novas visões como o
BANI, e a aceleração contribui para fazer o VUCA parecer obsoleto.
Enfim, minha fórmula
particular é Simplicidade e Adaptabilidade. Afinal, esses dois aspectos estão
na base da agilidade e promovem a antifragilidade que caracteriza os sistemas
(e empresas) que “ navegam nas ondas da mudança ”, outra metáfora tão
desgastada quanto eficaz.
Então, você e sua empresa
estão prontos para o mundo VUCA ou para o BANI?
Eu convido a iniciarmos uma
conversa.
Juntos, podemos moldar nosso
ambiente corporativo em direção a um futuro melhor.
Pense nisso.
Sergio Mansilha
(Uma liderança que soluciona
desafios de negócios por meio de análises e consultoria estratégica)