Será um problema? Não sei, mas o
coronavírus mudou quase todas as partes da minha vida diária. A maior mudança é
que agora trabalho totalmente remotamente e raramente saio de casa. Mas quando
saio de casa, também mudou meu relacionamento com dinheiro. Nomeadamente, quase
nunca toco mais em dinheiro vivo.
Em março, quando no Brasil,
tinham apenas alguns casos conhecidos de covid-19, a Organização Mundial da
Saúde disse que o papel-moeda poderia ser um método de transmissão do vírus, de
modo que pagamentos sem contato, como Apple Pay ou Google Pay, eram mais
seguros.
Pessoal, é notório que os
pagamentos sem contato estão começando a parecer o caminho do futuro, e as
empresas estão promovendo estrategicamente a segurança de suas próprias versões
deste sistema.
Embora nem os comerciantes nem os
consumidores tenham adotado completamente os pagamentos móveis, as carteiras
móveis oferecem benefícios a todas as partes interessadas, como; recursos de
segurança aprimorados, checkout mais rápido e integração de lealdade. Cada uma
delas é uma vantagem para clientes e comerciantes e, eventualmente, convencerá
ambas as partes a adotar a tecnologia.
Vejam que a Mastercard e Visa
estão aumentando os limites de valor dos pagamentos sem contato em vários
países, e a pandemia de coronavírus pode ser o impulso necessário para efetuar
pagamentos sem contato, que já são populares na Europa.
Pagar com meu telefone é ótimo,
mas encomendar e pagar antecipadamente é ainda melhor. Quanto menos tempo
interagindo com estranhos, esperando meu pedido e potencialmente compartilhando
germes, melhor.
Comprar desta maneira é melhor, tenho
tempo para navegar e decidir o que quero sem me sentir pressionado, e também não
faço compras por impulso.
Acredito ser um privilegiado,
onde tenho uma casa para me abrigar e um carro para atender às necessidades,
sem mencionar o fato de que tenho um trabalho que posso fazer remotamente.
No entanto, lojas e restaurantes
que passaram apenas pelo drive-thru e empresas que aceitam pagamentos sem
contato acrescentaram uma barreira extra às pessoas sem carros e aos mais de X
milhões de Brasileiros que permanecem sem banco.
Os pagamentos móveis ainda
enfrentam barreiras elevadas, como a lealdade contínua dos consumidores aos
métodos tradicionais de pagamento e a aceitação fragmentada entre os
comerciantes. Porém, à medida que os programas de fidelidade são integrados e
mais consumidores confiam em suas carteiras móveis para outros recursos, como
pagamentos no aplicativo, a adoção e o uso aumentarão nos próximos anos.
Enfim, esses são problemas que
precisam ser corrigidos. Porque, a partir de agora, estou preparado para um
futuro em que nunca mais pago em dinheiro e acho que seria mais seguro se todos
pudessem fazer o mesmo.
Pense nisso.
Sergio Mansilha