quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A necessidade virando um vício


No mundo de hoje com a explosão no acesso à internet, cresce número de dependentes digitais, que podem chegar à compulsão e necessitam de tratamento.
Esse vício tem o nome de “nomofobia”, que é a angústia relacionada à possível perda do celular ou à incapacidade de ficar sem o aparelho por mais de um dia. Toda fobia é um medo irracional e, no caso do vício em celular a nomofobia esse medo é de ficar isolado, desconectado do mundo virtual, achando que está perdendo algo quando não está acompanhando tudo o que acontece.
O que acontece é que os usuários que conseguem viver suas rotinas de trabalho, estudo, familiar, social e seu lazer off-line, mesmo usando as tecnologias digitais de forma intensa, são diferentes dos compulsivos, que têm necessidade de passar cada vez mais tempo envolvido nas tecnologias.
Esses compulsivos criam uma falta de socialização, pois todo viciado tende a isolar-se da família, amigos e colegas de trabalho. Esse afastamento se dá porque o viciado tende a negar que tem um problema e, por não querer que ninguém toque no assunto, se afasta de quem tenta ajudar.
Essa epidemia "nomofobia" não deixa a pessoa se concentrar em suas tarefas, o que pode causar diminuição da produtividade, aumento no risco de erros e acidentes, falta de atenção, perda de qualidade etc. Também são comuns o afastamento dos demais colegas de trabalho e a busca constante por estar sozinho e poder passar a maior parte do tempo possível conectado. Diante de um quadro assim, muitas empresas não veem outra solução senão o desligamento do funcionário.
Segundo o instituto Delete, a dependência digital não está diretamente relacionada ao tempo de conexão de uma pessoa aos seus dispositivos eletrônicos; mas sim ao nível de perda de controle na vida real, como já mencionei acima, trazendo prejuízos nos campos profissional, familiar, afetiva ou social.
Esse mesmo instituto enumera os estágios dessa dependência:
EXCITAÇÃO: Tentativa de esquecer problemas pessoais, buscando a tecnologia como um meio melhor ou mais seguro.
RELEVÂNCIA: Importância que dá à necessidade de se conectar e usar dispositivos.
TOLERÂNCIA: Perde o controle e substitui os programas reais do dia por maior tempo na tecnologia.
ABSTINÊNCIA: Quando não estão conectados ou não conseguem usar certos dispositivos ou aplicativos, tornam-se irritados,  ansiosos e com medo.
CONFLITO. Quando o uso excessivo compromete as relações na vida real.
Enfim, que essa explosão que nos acompanha e é uma extensão das nossas vidas, nós já sabemos, e entre a bênção e a maldição da tecnologia, precisamos ter consciência sobre o seu uso.
Sergio Mansilha



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