Tudo acontece quando o impacto da IA generativa reflete inovações passadas, revelando como essa tecnologia pode remodelar o futuro da humanidade de uma maneira muito ampla.
Pessoal, a IA generativa está
sendo aclamada como uma tecnologia inovadora, uma força de criação que pode gerar
texto, imagens e até música comparativa. Dito isto e pela primeira vez, apesar
dos pessimistas e daqueles que parecem ter construído um nicho apontando os
erros dos sistemas de IA generativa, o hype parece justificado imparcialmente.
Vou lembrar o que aconteceu com o
lançamento do ChatGPT em novembro de 2022 é nada menos que memorável em todas
as suas camadas. Eu quero dizer que na verdade, tão memorável que ainda
precisamos entender o quão profundo e amplo será o impacto em como vivemos,
pensamos e criamos tudo isso.
Com esse fundamento a inovação
tem sido tão impactante e foi adotada tão rapidamente que parece que a IA
generativa chegou de repente quase no estilo deus em todos os lugares, enviada
para revolucionar fundamentalmente nosso mundo e realidade convicta. Quero
dizer, na verdade, parece que o que estamos vendo é tão novo, tão radicalmente
diferente do que vimos até agora, que é quase impossível aplicar qualquer uma
das lições que aprendemos com o passado. Esse comparativo de medo, aversão e
perplexidade intelectual andam lado a lado com deslumbramento e deleite com o
poder que essa nova tecnologia está nos proporcionando num todo.
No entanto, a verdade é que a IA
generativa, em muitos aspectos fundamentais, não é tão nova assim.
Vou narrar uma perspectiva
histórica. Digo sempre, que os seres humanos sempre criaram diferentes formas
de inteligência artificial. De uma forma muito ampla, essas são entidades
poderosas que, uma vez trazidas à existência, adquirem um ímpeto próprio
invocador. Vou citar um comparativo, como: impérios, governos, burocracias e
constituições são todos exemplos de inteligências puramente artificiais que
foram criadas por humanos mortais e que desenvolveram um poder além do controle
de seus criadores em sua existência.
Reparem que essas formas de
inteligência têm algo em comum. Sabem por que?
De uma forma abrangente, todas
começam com uma intenção humana, um desejo de criar ordem, fornecer estrutura
ou impulsionar o progresso abundante. Mas, com o tempo, todas elas assumiram
uma existência autônoma e extra-humana, quero dizer, frequentemente com
resultados catastróficos e insolúveis.
Vejam que, uma burocracia, por
exemplo, começa como um sistema para gerenciar recursos de forma eficiente, mas
então quase sempre se torna um gigante que atrapalha o progresso com burocracia
constante. Digo isso, pois ela pode obstruir a justiça com regras rígidas e,
não raramente, coloca em risco as vidas de pessoas com uma recusa obstinada em
se adaptar a condições em mudança geracional.
Em nossa história, da mesma
forma, governos, criados para representar e proteger cidadãos, podem evoluir
para regimes autoritários e parciais. Reparem que partidos políticos,
originalmente plataformas para tomada de decisão coletiva, podem se transformar
em entidades que colocam sua própria sobrevivência acima do bem-estar das
pessoas que foram projetadas para servir em todos os sentidos.
É um tanto avassalador, pois, essas
entidades, como a IA generativa, são inteligências artificiais no sentido de
que foram concebidas, construídas e lançadas por mentes humanas em nosso mundo.
Mas, reparem; uma vez colocadas em movimento, elas frequentemente operaram sob
sua própria lógica e prioridades sólidas
Vou citar mais um exemplo, vejam
que um império, geralmente começa com o objetivo putativo de unir diversos
povos sob uma única administração para garantir paz e prosperidade para o ser
humano. Essa visão com o tempo, no entanto, a própria necessidade do império
por expansão, extração de recursos e controle leva à exploração, opressão e
eventual colapso de todos. Em nossa história, está sacramentado que o Império
Romano é um exemplo perfeito. Esse modelo que começou como uma república com a
intenção de proteger seus cidadãos eventualmente se transformou em um império
em expansão cujo tamanho e complexidade o tornaram ingovernável e intolerante.
Em nosso mundo contemporâneo, da mesma
forma, uma constituição, e sem dúvida uma das formas mais avançadas de
inteligência artificial, a mesma, estabelece regras destinadas a salvaguardar
liberdades e fornecer justiça para todos. Porém, a própria rigidez de suas leis
pode torná-la uma força inflexível, incapaz de se adaptar a circunstâncias
mutáveis para todos. Eu tenho minha opinião, no Brasil, por exemplo, a nossa Constituição
é tanto um farol da democracia quanto uma fonte de amarga contenda em vários
aspectos. Reparem que sua interpretação é frequentemente manipulada por aqueles
no poder para servir a agendas específicas, às vezes ao custo da justiça ou do
progresso geral.
Digo isso, porque esses exemplos
que cito demonstram que o conceito de criar entidades poderosas que escapam do
controle humano não é novo para nós. Evidente, nesse contexto, a IA generativa
é simplesmente a mais recente de uma longa linha de inteligências artificiais
que os seres humanos deram à luz de uma nova vida. Lógico, e como todos os seus
predecessores, ela carrega o potencial tanto para grandes benefícios quanto
para graves perigos para todos nós.
É bastante abrangente que a
verdadeira questão não é se devemos temer a IA generativa, mas como devemos
temê-la constantemente, pois, o medo não é inerentemente negativo, ele é uma
ferramenta de sobrevivência. Reparem, que quando reconhecemos um perigo, tomamos
medidas para mitigá-lo. Então o medo que sentimos em relação à IA generativa
deve ser o mesmo medo racional que temos de uma burocracia descontrolada, um
governo exagerado ou um partido político agressivo, sem noção de Pátria. Logo,
esse medo não é paralisante, mas instrutivo, pois ele nos obriga a aprender com
a história e aplicar essas lições às nossas circunstâncias atuais e paralelas.
Pessoal, considere as lições da
história, pois, quando confrontado com uma burocracia descontrolada, a solução
geralmente envolve transparência, supervisão e responsabilização de todos. É
notório que sistemas que se tornam muito opacos, muito insulares ou muito
distantes do escrutínio público tendem a crescer sem controle e totalmente
parcial. Nesse contexto, a IA generativa não deve ser desenvolvida a portas
fechadas por alguns poucos selecionados nesse mundo. Evidente, ela deve estar
sujeita ao escrutínio público, supervisão regulatória e diretrizes éticas que
garantam que ela sirva ao bem público em vez de interesses privados estreitos
de alguns.
Reflitam, que da mesma forma,
quando os governos se tornam autoritários, eles geralmente o fazem porque não
enfrentam controles significativos sobre seu poder geracional. Dessa forma é que
construímos instituições democráticas que limitam os termos, distribuem o poder
entre os ramos e fornecem caminhos para dissidência e reparação para todos. Temos que entender que a IA generativa também
deve ser submetida a verificações e equilíbrio, tanto tecnológicos quanto
éticos e abrangentes. Digo que, precisamos de sistemas que monitorem os
comportamentos da IA, intervenham quando necessário e forneçam consequências
claras para o uso indevido que possa aparecer.
Vocês já repararam em nosso País,
que partidos políticos que colocam sua própria sobrevivência acima do bem-estar
das pessoas frequentemente o fazem porque se esqueceram de seu propósito. Declinante,
pois, eles se tornam fins em si mesmos, em vez de meios para um fim saudável. Temos
que entender que a IA generativa também deve ser sempre vista como uma
ferramenta, ou seja, um meio para atingir objetivos específicos, como avançar a
pesquisa médica ou melhorar a educação e não como um fim em si. Eu defino que devemos
permanecer vigilantes ao perguntar qual propósito essa tecnologia atende e quem
se beneficia de seu uso.
É fato, nada disso significa que
não devemos inovar, nem significa que devemos interromper o desenvolvimento da
IA generativa, ou seja, pelo contrário, a inovação é vital, e o avanço
tecnológico pode trazer enormes benefícios para todos. Volto a lembrar, e a
história nos ensina que devemos abordar qualquer nova forma de inteligência
artificial com cautela, humildade e um reconhecimento claro de seus perigos
potenciais e radicais.
Como já dito anteriormente, a IA
generativa não é nenhuma novidade no grande esquema da história humana, mas
isso não a torna menos significativa no seu aspecto geral. Evidente, como
aprendemos a temer o império descontrolado, o governo irresponsável e o partido
político egoísta, também devemos aprender a temer o crescimento descontrolado
da IA generativa que nos pode ser nociva. Com muita atenção, esse medo deve
nos levar a estabelecer estruturas robustas que governem seu uso, garantam sua
responsabilização e a mantenham alinhada com os valores e necessidades das
pessoas que ela pretende servir em todos os seus parâmetros.
Enfim, a lição é clara para todos
nós. Toda a criação de entidades poderosas, sejam impérios, governos ou
ferramentas de IA generativas será sempre um empreendimento arriscado para
todos. No entanto, ao reconhecer esses riscos e aproveitar as lições da
história, podemos navegar por esse novo cenário com maior sabedoria e previsão,
evitando os desastres que tantas vezes aconteceram com civilizações no passado
em nossa era de conhecimento.
Pense nisso.
Sergio Mansilha