sábado, 25 de fevereiro de 2023

Uma Utopia ou Pragmatismo do Clima para o Marketing.

Costumo dizer que um artigo de opinião que fica firmemente em cima do muro, em vez de cair definitivamente de um lado ou de outro, é quase inútil, mas tenho que admitir; ando no pêndulo quando se trata do papel da indústria de marketing na crise climática.

Me causa um certo furor e porque não um certo apego daquelas pessoas que sabem o que pensam sobre isso, seja qual for o lado em que estejam. Eu li seus artigos e gostaria de não poder ver os dois lados da discussão.

Pessoal, passei os últimos cinco ou seis anos lendo, escrevendo e agindo em torno do propósito nos negócios, causas de justiça social, crise climática e o papel que o marketing pode desempenhar em tudo isso.

Contei aqui no meu blog várias histórias de marcas com propósito. Como cidadão, acredito firmemente que nosso planeta tem recursos finitos, que precisamos reduzir nosso consumo geral e que devemos mudar para uma economia circular o mais rápido possível.

Somando a isso também passei vistas em várias ocasiões no livro Can't Sell, Won't Sell, de Steve Harrison, no qual, ele fala sobre uma crise de eficácia, e me lembro do resumo de David Ogilvy (Pai da propaganda) sobre nosso papel:

"Nós vendemos ou então"........

Como Consultor acompanhei várias negociações em torno do posicionamento e ponderação das palavras 'propósito' e 'lucro' em grandes empresas, cheguei há algumas conclusões:

Então, lutar ou fugir?

É notório que os profissionais de marketing existem para alimentar o desejo e vender produtos para manter os negócios viáveis, apoiando funcionários e comunidades locais e pagando impostos. O modelo capitalista não é algo que possamos desligar da noite para o dia.

Nessa trajetória entre minhas idas e vindas sobre este tópico, suponho que estou procurando um meio-termo pragmático. Continuo voltando e apontando uma citação de Buckminster Fuller:

“Você nunca muda as coisas lutando contra qualquer realidade existente. Para mudar algo, construa um novo modelo que torne o modelo existente algo do passado e obsoleto. ”

Essa forma é covarde? Talvez. Parece que estamos ficando sem tempo para criar um novo modelo que seja atraente, e fácil o suficiente para fazer a transição das pessoas.

Penso frequentemente em escrever mais artigos que ajude a incrementar um posicionamento ativamente em soluções para os desafios que nosso planeta enfrenta. Mas até esse dia chegar, continuarei buscando uma forma prática de dar minha contribuição para o marketing líquido positivo.

Em todo feedback que forneço aos profissionais de Marketing, pergunto, para quem você está trabalhando?

Uma maneira de isso funcionar para mim é incentivar esse profissional junto com sua agência para se unir em torno do propósito e navegando nas mesmas questões que eu sobre como equilibrar o propósito com o lucro, fazer negócios com decência e ganhar dinheiro suficiente para manter as inúmeras pessoas empregadas.

Nos meus últimos três clientes, não foi nada fácil, mas comecei a jornada e estive empenhado em continuar. Ajudei a liderar a iniciativa para obter a certificação B Corp e isso gerou uma série de implicações práticas, como, mudar os estatutos das empresas para considerar as necessidades de todas as partes interessadas ao tomar decisões (não apenas acionistas); buscando ser um bom parceiro em nossa comunidade local; e atualizar ou criar novas políticas que tornem a vida melhor para todo o Time de profissionais.

Nesse processo também examinava regularmente as novas oportunidades de negócios que surgem e avançamos apenas com aquelas que se alinharam aos valores da empresa. Nos últimos anos, isso significou recusar grandes marcas e abandonar os relacionamentos existentes com os clientes.

Defino que a melhor coisa que podemos fazer (indivíduos e agências) é trabalhar com empresas que se inscrevem no ciclo de vida da economia circular e criam produtos mais sustentáveis, causando menos danos ao meio ambiente. Para que haja adoção em massa pela sociedade, precisamos de produtos que não exijam concessões de escolha, conveniência ou preço.

Também existem iniciativas brilhantes em todo o setor das quais agências e clientes podem se beneficiar, como:

Permitindo que agências e clientes falem sobre a adaptação do trabalho para promover escolhas e comportamentos mais sustentáveis ​​em linha com um mundo de carbono zero;

Ajudando a indústria publicitária a eliminar os impactos ambientais negativos da produção por meio de ferramentas como a calculadora de carbono AdGreen, recursos e treinamento;

Medindo a pegada de carbono geral dos planos de mídia e permitindo conversas entre agências e clientes sobre como reduzir o impacto climático das campanhas em execução;

Pessoal, ter atenção a emissões publicitárias, a ecoeficácia e ferramentas adequadas são exemplos de medição da pegada de carbono das vendas de produtos, todos resultantes do modelo de várias campanhas publicitárias.

Esses são os dados de que precisamos ter na massa do sangue para alimentar conversas sobre consumo, evidente, se e quando o setor estiver pronto para fazê-lo.

É difícil, pois, não consigo me comprometer com a mentalidade ativista, embora existam pessoas que conheço e admiro que estão nesse grupo. E não consigo aceitar facilmente meu papel de encorajar o consumo e trabalhar para manter o crescimento a todo custo.

Enfim, o melhor que posso fazer é procurar maneiras de executar a transição para um sistema melhor, que ofereça mais e melhores conexões uns com os outros, com a natureza e com a ideia de suficiente. Encontrando pessoas com ideias semelhantes para trabalhar ao lado e para tornar esse processo uma realidade.

Pense nisso.

Sergio Mansilha




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