sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Inovação ou modismo para o design thinking

De alguns anos para cá, surgiu uma contaminação massiva chamada design thinking. Essa nova onda criativa – inovadora (?) invadiu grandes empresas e famosas escolas de negócios no mundo inteiro.

É nesse contexto que o modelo mental do design thinking ganha força e aparece como ferramenta estratégica na busca por inovação. Sempre digo, que o desenvolvimento de um projeto sempre tem (e depois de um tempo isso se torna subentendido) o usuário como “centro das atenções”. O diferencial, segundo "especialistas" é que o design thinking vai além do usuário como foco, ele procura entender como funciona a cabeça do futuro consumidor de seu produto e/ou serviço (produto enquanto projeto, não objeto), dessa forma o material desenvolvido vai além de atender às expectativas dos clientes, ele aponta soluções criativas por meio da reunião de uma equipe multidisciplinar capaz de analisar um problema sob diversos ângulos.

O que percebi nesse estudo e pesquisa sobre o assunto, é que a utilização deste método permite que o mercado se prepare para oferecer cada vez mais novidades para um consumidor que está mais exigente a cada dia. Um dos pontos estratégicos é levar o consumidor final ou o contratante do serviço para o desenvolvimento do projeto, por meio de oficinas criativas ou por pesquisa qualitativa, tentando entender as necessidades, os anseios do público e afastando o hiato de desenvolvimento, que distancia a criação e consumo. 

E os "especialistas" dizem que o método do design thinking permite a experimentação durante o processo inicial, minimizando riscos, reduzindo custos e economizando. Mas não são apenas os usuários e tomadores de serviços que ganham destaque, todos os envolvidos na produção e venda do item também participam na metodologia. Essa análise de mercado é fundamental para perceber as necessidades do consumidor e a criação deve ser sempre focada no tripé viabilidade, funcionalidade e desejabilidade. Bem antes desse modismo ou inovação sempre repassei aos meus clientes que além de ter uma boa ideia, é preciso saber como ela vai ser usada. 

De uma outra forma é preciso entender que para conseguir inovar e ter sucesso, é importante conseguir observar para onde as pessoas e as empresas estão caminhando. A percepção de uma tendência abre caminho para uma instituição participar de uma mudança de comportamento, permitindo que novos produtos e serviços sejam criados e impulsionando o consumo e a aquisição de serviços.

Defendo a tese que é nesse momento dessa eufórica crise, que temos que olhar de fora o que está acontecendo na sociedade e contextualizar para criar estratégias de ação para aproveitar o nicho de mercado. Enfim, o design thinking, ao meu ver, se aproxima do marketing quando pensa em concorrência, em criar hábitos e necessidades, mas não abre mão de conceitos como inovação e diferenciação.

“O maior inimigo de um plano é o sonho de um plano perfeito”,  dizia o estrategista militar prussiano Carl von Clausewitz, ainda no século XIX. Cerca de 200 anos mais tarde, o pensamento não poderia estar mais atual. 

Ficamos na reflexão, inovação ou modismo para o design thinking.

Pense nisso..

Sergio Mansilha





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