Pense nele como um recurso estratégico, veja o que eu vou exemplificar.
Dirigir é um grande desafio, mesmo para os mais preparados. Basta nos sentarmos ao volante de um automóvel, com quatro outros passageiros, por exemplo, saindo em busca de um restaurante para o almoço. Fora todo o alvoroço – sair do escritório, saciar a fome, dar uma olhada no mundo lá fora, esquecer momentaneamente dos problemas, etc. – o turbilhão de conversas paralelas cria o clima do momento.
Apenas dois quarteirões adiante, depois de deixarem o estacionamento, surge a fatídica questão:
Onde vamos almoçar?
Minutos mais tarde, depois de várias respostas do tipo: "Não sei"; "Ah, vamos a qualquer lugar"; "O que vocês escolherem está bom pra mim"; entre outras...
Enquanto que a discussão continua acalorada, o nosso motorista segue cada vez mais estressado e perdido, vendo as ruas passarem sem que uma decisão comum seja alcançada... O interessante nesse caso tão cotidiano é que todos têm um objetivo em comum, todos partiram juntos, todos têm dúvidas semelhantes (aonde ir) e todos dependem de um único recurso – o motorista. Se transferirmos essa situação para o ambiente empresarial, veremos que o ponto em comum é de que todos dependem daquele que dirige.
No caso do motorista, ele, presumivelmente, conhece os possíveis restaurantes e seus respectivos caminhos. No caso daquele que dirige a empresa, a situação pode não ser exatamente a mesma. Não por demérito, mas sim pela complexidade que lhe é exigida nessa função. No caso do automóvel, os quatro outros esfomeados poderão colaborar com palpites quanto à direção ou ao caminho, podendo, até, estarem corretos. No caso daquele que dirige a empresa, além de não poder contar com palpites, deverá alcançar os objetivos estabelecidos e levar a empresa por caminhos seguros e sustentáveis, o que – concordemos – é um desafio enormemente estressante.
Cabe ressaltar que os problemas de quem dirige uma empresa não são inerentes somente à sua capacidade gerencial e estratégica, mas sim ao comportamento das demandas e das mutações do mercado em que atua, assim como, às do momento econômico que colore esse cenário. O mercado é um ser mutante e altamente volátil. Sofre interações e mudanças súbitas mediante vários fatores e, muitas vezes, sem qualquer referência ou relação.
Adicionalmente, nestes tempos de grandes solavancos da economia global sobre os mercados locais, podemos facilmente imaginar o universo de questionamentos que se abrem à mente da maioria dos dirigentes empresariais. Daí, dirigir uma empresa em mares tempestuosos exige respostas rápidas e tão diversas em conhecimento e estratégias, quanto às causas das mudanças enfrentadas. O motorista pode até errar de restaurante ou receber uma boa dica ou palpite de um dos caronas, mas o dirigente não tem essa opção. No entanto, mais e mais dirigentes e altos executivos têm lançado mão de um recurso efetivamente importante à solidão que esse intenso questionamento os impõe.
Trata-se do Coaching.
Esse recurso externo, uma assessoria disponível na medida e na característica da necessidade, abre um grande espaço de reflexão estratégica ao executivo, proporcionando novas alternativas e novas perspectivas aos problemas.
O Coaching é um instrumento, um facilitador, uma possibilidade de diálogo e de discussão de perspectivas ferramentais às situações existentes ou imprevistas. É um recurso personalizado à necessidade, permitindo interações de idéias e estratégias, especificamente voltadas aos problemas e aos desafios executivos da liderança. O papel do Coach, como em qualquer esporte, é o de um técnico que sugere, aconselha, assessora, discute, instiga à reflexão e oferece meios e estratégias dirigidas às situações de necessidade do executivo, sem interações com a empresa e o seu meio.
Trata-se de um recurso de inteligência estratégica à disposição do executivo sem que ele tenha que se deslocar ou atender a freqüência de um curso de extensão ou especialização. Além do mais, as disciplinas não são generalizadas, mas sim, voltadas, especificamente, às necessidades correntes exigidas em sua função.
O Coach é o co-piloto do percurso, escolhido de acordo com a necessidade ou a especificidade do trecho a ser percorrido, sendo utilizado, apenas, nos momentos onde os requisitos exijam tal ou qual suporte adicional.
Afinal, aquele que dirige tem que estar pronto, em tempo e em conhecimento, para tomar os melhores caminhos na condução do negócio.
Sergio Mansilha