Existe em nós um desejo natural de revelar o que sabemos na forma de opiniões.
E insistir para que outros as comprem, ainda que o único pagamento seja a satisfação do reconhecimento publico de que estamos com a razão.
Você encontra esses vendedores de opiniões em todos os lugares, nos cafés, na fila do banco, nos estádios, etc. Todos procurando conquistar o mercado das atenções e fazer prevalecer a sua marca.
Mesmo o mais eloquente vendedor de seu conhecimento futebolístico ou político acaba se retraindo ao falar de sua capacidade profissional. Acha que expor o seu produto é ser esnobe e inconveniente.
Talvez isto aconteça por existir uma linha muito tênue entre o marketing pessoal e a altivez. Essa odiosa tendência de acharmos que o universo orbita ao nosso redor.
Não é incomum a vangloria ser fruto da insegurança gerada pela incompetência, que transforma coroas de lata em títulos de nobreza e um ego que late em pedigree.
Quando falo de marketing pessoal, estou me referindo à exposição fria e comercial de um produto acabado. O conhecimento que é colocado em pratica na forma de competência. A grande área de exposição promocional de baixo custo que a internet oferece, permite que profissionais se posicionem como produtos para o mercado.
São currículos que trocam envelopes pardos por um lugar de eminência nada parda nos sites de recursos humanos, ou em elaboradas home-page pessoais.
A principio pode parecer complicado administrar esse dois-em-um, pessoa e produto. Ou mais-de-dois-em-um, se tiver múltiplas capacidades.
Mas não é se souber separar a pessoa do profissional e o produto ego.
Sergio Mansilha