Existem nas empresas de vigilância e segurança privada aspectos que são mais visíveis e outros menos visíveis, assim como existem coisas fundamentais e coisas menos importantes para o sucesso.
Nem sempre o mais visível é o mais fundamental.
Deixar de investir em gente, o que acontece hoje nesse segmento é um bom exemplo disto, pois podemos dar pouca prioridade a um aspecto menos visível, que nem por isto é menos essencial ao sucesso das empresas: além de não agregar valor, ter prejuízos com perdas de clientes, re-trabalhos, conflitos entre pessoas e departamentos, perda de qualidade, etc.
Temos muitos tipos de capital nas empresas de vigilância e segurança, com visibilidades diferentes: os que saltam aos olhos são as instalações, equipamentos, estoques, é a ponta do iceberg.
Um segundo capital, menos visível, abaixo da linha d´água, é representado pelas pessoas com suas competências, motivações e comprometimento, que colocam o iceberg em movimento, agregando vida à organização. Existe outro capital mais sutil e espiritual, que é o grande norte do iceberg da empresa, sua finalidade, visão e valores.
Os investimentos na dimensão humana das organizações representam o essencial para o sucesso. Gente competente, motivada e alinhada com o “espírito” da empresa faz toda a diferença.
Se colocarmos a pergunta: isto adiciona valor para a empresa? a resposta é um categórico sim. As ações ligadas à dimensão humana são coordenadas pela área de “RH” (que felizmente já está mudando de nome... e de atitudes), devendo ser integradas na gestão por competências. Em muitas empresas as políticas e práticas de RH são umas “colcha de retalhos”, com muitos pedaços faltando... aí a agregação de valor fica mais difícil.
O posicionamento de mercado desde 1990, ano a partir do qual a abertura comercial foi intensificada, as empresas de segurança privada genuinamente brasileiras não têm feito um grande esforço de modernização, investindo pouco na aquisição de novos equipamentos, para que possa melhorar a gestão dos seus processos produtivos, encurtando os interstícios de lançamento de novas tecnologias de segurança.
Como não houve esforço, a competitividade das empresas brasileira nesse segmento diminui significativamente, não conseguindo enfrentar à concorrência com empresas internacionais que chegam para o mercado.
Essas empresas de capital internacional, que podem ser vistas como referência de competitividade, se concentram na gestão estratégica do seu negócio, administrando sua imagem corporativa, expressa na sua marca, trabalhando nas pesquisas tecnológicas e no desenvolvimento e inovação dos seus produtos, e dos seus processos de serviços, no marketing e na operacionalidade, elementos centrais para aumentar a agregação de valor aos seus serviços e, consequentemente, ampliar suas margens de lucro.
Pense nisso.
Sergio Mansilha