As empresas que demitem mais são exatamente as que já têm problemas.
No momento em que a economia dá algum sinal de que está saindo da crise, diversas empresas decidem demitir colaboradores.
Pessoal, não é novidade para ninguém que custos não devem só ser medidos. Devem ser melhorados e possivelmente cortados. Porém, esquecemos frequentemente qual a composição efetiva deles e onde se encontram.
Num momento de baixa no faturamento ou a tão usada e já desgastada palavra crise, esses valores de folha de pagamento saltam aos olhos e são foco de atuação, muitas vezes por falta de visão ou conhecimento de outros focos de corte, como retrabalhos, refugos, retrocessos e perdas de matéria-prima.
Agora, olhando sistemicamente, talvez aquele colaborador fosse um cliente indireto dos nossos produtos/serviços ou podemos estar cortando um colaborador positivamente aculturado e comprometido.
Nós temos uma cultura do desconhecimento de gestão de custos, dificuldades em compreender como eles se relacionam e influenciam positiva e negativamente nossos negócios, e então, viramos o canhão para as pessoas.
Ouço diversos executivos com seu jargão de gestão de pessoas e todas as possibilidades de se ter um time engajado, comprometido, feliz com o que faz. Mas enquanto ainda tivermos lassidão em compreender custos e entender o impacto efetivo de demissões, viveremos somente na ilusão de que gerimos pessoas.
Afinal, os colaboradores são protagonistas da redução de custos e, para isto, o empresário precisa conscientizá-los, qualificá-los e sensibilizá-los. É preciso mostrar exemplos e fazer com que cada um enxergue como pode contribuir, além de definir metas e premiar a equipe quando elas forem atingidas.
Enfim, temos que refletir e estarmos sempre atentos se há mão de obra ociosa e improdutiva, é também porque há erro na gestão, o que cria um ciclo vicioso, perigoso e que abala faturamento. Em minha opinião não vejo outra forma de enfrentar qualquer crise que não seja investindo em pessoas.
Pense nisso.
Sergio Mansilha