Já estamos na travessia, o mundo real e realidade virtual
continuam a fundir-se, modernas tecnologias da informação e da comunicação
estão sendo combinadas com processos industriais tradicionais, alterando assim
as várias áreas de produção e todo o seu segmento correlato.
O desejo de consumo não é apenas pelo novo, mas também pelo
inédito, criando uma geração ansiosa por receber mercadorias e serviços tão
logo comprem.
É notório que esse novo conceito de produção irá aumentar
substancialmente a complexidade tecnológica dos processos de agregação de
valor, em comparação com a situação que existe hoje.
Um ponto especial está em relação aos sistemas com a
participação interativa de seres humanos, denominadas de organizações, e em
particular as organizações produtivas, a aproximação das interações com os
fornecedores e clientes, tem expandido esta complexidade, dada a diversidade de
ofertas e demandas geradas pelos mesmos, respectivamente. Parte desta
complexidade tem sido tratada com modelos de gestão enxuta, que procura
simplifica-la pelo uso de instrumentos e ferramentas de medição e análise
respectivamente.
Contudo, o crescimento desta complexidade tende a crescer
cada vez mais, e tais práticas começam a se mostrar limitadas. A proposta da
Indústria 4.0 vai de encontro dos conceitos de entendimento dos Sistemas
Complexos Adaptativos, que procura fortalecer a identidade da organização,
descentralizando o controle e as tomadas de decisões, e com isso proporcionando
uma maior capacidade de flexibilidade e adaptação.
No meu entendimento essa nova revolução busca na utilização
da tecnologia da informação uma estratégia e tática que a torna competitiva
frente às desvantagens do custo de mão de obra mais barato dos países
emergentes e de uma competitividade cada vez mais complexa e caótica, com
muitos competidores e mudanças imprevisíveis de comportamento do mercado
mundial.
E nós brasileiros, iremos fazer parte dessa nova revolução
comumente chamada de 4.0?
Assim, irá surgir a demanda por profissionais com atuação
dinâmica e multidisciplinar para ganhos de competitividade e geração de valor
para o cliente, trazendo um novo paradigma de nossa produção industrial com
incorporação de serviços de valor acrescentado, inovação e tecnologia.
Pessoal, dominar esse grau de complexidade exige ferramentas
de software adequadas para projetar e construir as instalações e sistemas
relevantes, e naturalmente, também para operá-los.
É urgentemente necessário que essas ferramentas sejam
desenvolvidas e lançadas ao longo dos próximos anos. Em todo o mundo, os
governos, federações de indústrias e empresas têm reconhecido a importância de
criar seu próprio valor acrescentado através da produção, e o Brasil não pode
ficar atrás dessa nova tendência.
Pense nisso.
Sergio Mansilha