Tenho presenciado alguns
clientes (empresas), frequentemente oferecendo vários benefícios e incentivos
aos seus colaboradores. Podemos destacar como os mais utilizados: tíquete,
vale-supermercado, seguro-educação, bolsas de estudo, cursos de idiomas, instrução
dos filhos, reembolso para cursos de graduação, pós-graduação e MBA, plano de
saúde e odontológico, etc..
Claro que todos esses benefícios e incentivos são
importantes e ajudam consideravelmente nos resultados financeiro do
profissional, uma vez que se uma empresa oferece, por exemplo, plano de saúde
extensível aos dependentes e bolsa de estudos, isso representa um adicional
próximo a três salários mínimos em seus rendimentos mensais.
Há, entretanto, incontáveis
empresas que acreditam que oferecer condições financeiras atrativas seja
suficiente para manter seus profissionais e obter melhores resultados. O
reconhecimento pelos projetos, produtividade e ações realizados pela e na
empresa são fatores motivacionais importantíssimos que potencializam a
satisfação dos profissionais e não geram qualquer ônus adicional à organização,
no entanto, normalmente essa prática não é utilizada.
Não é difícil
encontrarmos altos executivos, com excelente remuneração, que quando
questionados sobre o trabalho, se gostam do que fazem ou o que têm realizado,
comenta, de forma frustrada sobre suas atividades. Sentem-se frustrados não
pelo insucesso em seus resultados, mas por serem tratados como profissionais que
estão exercendo suas funções “simplesmente para isso”, por ser a “obrigação
deles”. Estes profissionais, quando não sentem suas atividades desafiadoras ou
não são reconhecidos pelo diferencial apresentado em seus resultados, mesmo
recebendo excelentes remunerações e benefícios perdem a paixão pelo que fazem.
Façamos uma rápida analogia com uma família, considerando que os pais são
responsáveis pela segurança, educação e saúde dos filhos. Se eles vivem
momentos de alegria, gozam de boa saúde e se destacam profissionalmente no
futuro, os pais sempre falarão com muito orgulho dos resultados por eles
obtidos. Não há alegria maior no mundo que falar bem dos filhos aos amigos.
Contudo, se ocorrer o contrário muitos pais se sentirão culpados pelo
insucesso, por possíveis ausências que causaram tal fracasso e evitarão
comentar a conhecidos e familiares sobre o fato.
Assim é a vida dos
profissionais. Os resultados são como filhos criados com muito esforço e
dedicação pela determinação de cada um. Se forem resultados positivos e
diferenciados esses profissionais estarão motivados, sentir-se-ão mais
realizados e seguros para trocar as experiências com companheiros de trabalho e
seus superiores, os quais poderão utilizar como benchmarks a habilidade e
sucesso por eles obtidos para incentivar os demais.
Entretanto, quando tal
resultado simplesmente é ignorado e em momento algum o profissional se sente
valorizado por suas ações extras e resultados diferenciados, este passa então a
buscar novos horizontes, focados em seu reconhecimento pessoal e ampliação de
sua autoestima. Com certeza em sua empresa há excelentes profissionais que
neste momento talvez estejam sentindo falta de um simples “parabéns”.
O sucesso
não é feito apenas de vitórias, mas de aprendizados, inovações e iniciativas.
Dê feedback valorize sua equipe,
reconheça os esforços, as vitórias, os empenhos, as iniciativas e
principalmente, valorize o ser humano que possui sentimentos, família, desejos
e metas pessoais.
Conheça sua equipe,
aproxime-se, envolva-se. Com certeza, a partir do momento que os colaboradores
forem tratados como parte importante de um todo e não mais como simples grãos
de areia na praia, trarão maiores resultados e terão orgulho de seu local de
trabalho e da empresa que representam.
Sergio Mansilha