segunda-feira, 31 de março de 2025

A Abordagem de Marketing e a Segmentação de Público.

Digo sempre, a segmentação geracional frequentemente simplifica demais o comportamento do consumidor e leva a estratégias equivocadas, pois, é necessário focar em valores, comportamentos e necessidades ao longo do ano de nascimento, no que, resulta em marketing mais eficaz.

Pessoal, segmentação de público com base em valores e comportamentos, não idade, impulsiona maior fidelidade do cliente e maior ROI nessa trajetória.

Então, é hora de repensar sua abordagem de marketing!

Uma boa abordagem é crucial para evitar falhas do marketing geracional. Dessa forma, devemos impulsionar estratégias de segmentação mais inteligentes. Vamos então entender que o advento da primeira geração realmente comercializável, digo, os baby boomers, surgiu como resultado de forças globais maiores, praticamente no fim da segunda guerra mundial. Fica claro então que não é coincidência que a ascensão do marketing geracional tenha ganhado força junto com o crescimento das comunicações digitais e de transmissão existentes.

É notório que agrupar pessoas com base apenas no ano de nascimento, apesar de suas inúmeras diferenças, tornou-se uma pedra angular da estratégia de segmentação de público mais eficaz. No entanto, assim como nenhum profissional de marketing sério criaria campanhas visando apenas leoninos, devemos questionar o valor da segmentação geracional quando a tecnologia de hoje revela insights mais acionáveis sobre como as pessoas realmente se comportam e pensam no mundo atual.

É comum dizer, e isso acontece, que muitas vezes, há mais coisas conectando pessoas do que separando pessoas entre gerações distintas. Nesse raciocínio, eis por que o marketing geracional é mais ilusão do que insight e como as marcas podem se mover em direção a abordagens mais eficazes e contínuas.

Então Sergio, por que o marketing geracional fica aquém nessa narrativa?

Pessoal, a segmentação geracional promete eficiência, mas entrega superficialidade no que está ao seu redor. Reparem, que ao assumir que todas as pessoas nascidas em períodos de tempo arbitrários compartilham comportamentos e preferências idênticos, estamos construindo estratégias de segmentação de audiência em fundações fundamentalmente falhas nesse repertório.

Não sei se vocês se lembram, vamos considere o conto de advertência da Adidas no ano de 2023, sim, apesar das campanhas agressivas do TikTok visando a Geração Z por meio da segmentação de público, a empresa registrou seu primeiro prejuízo líquido anual em mais de 30 anos, US$ 62,5 milhões abaixo do lucro de US$ 659,9 milhões no ano anterior de sua operacionalidade. Nesse parâmetro, o seu hiperfoco na segmentação geracional gerou engajamento passageiro, mas falhou em construir lealdade sustentável com seu público.

De uma forma inversa, a New Balance adotou uma abordagem diferente e focou em valores universais como qualidade e conforto em vez de faixas etárias temáticas. Então, o resultado foi um recorde de vendas globais de US$ 7,8 bilhões, um aumento de 20% ano a ano, sensacional.

Vamos falar agora sobre os mitos da segmentação de público e por que os estereótipos geracionais não atendem às expectativas de valor real.

Em algumas pesquisas que passei vistas, reparei que a Geração Z valoriza a autenticidade acima de tudo, ou seja, embora essa narrativa domine as discussões de marketing, foi descoberto que um em cada cinco indivíduos da Geração Z é fortemente influenciado por branding aspiracional nesse percurso. Sim, também essas pesquisas mostram que em torno de 45% priorizam a segurança financeira e a estabilidade no emprego tanto quanto as causas sociais constantemente visíveis.

E uma certa surpresa, os boomers não usam tecnologia, pois é, impressionantes 78% dos boomers são ativos em plataformas como o Facebook, e 62% usam serviços de vídeo baseados em assinatura constantes. Como também, 54% relatam comprar online primeiro, o que é quase idêntico à Geração Z (48%) e aos millennials (51%).

Os Millennials preferem experiências a produtos, da seguinte forma, quatro em cada cinco millennials buscam ativamente a propriedade tangível, especialmente em moradias e automóveis lançados. Como também, 59% estão dispostos a pagar mais por produtos que aumentam a conveniência exata. Reparem que isso é mais alto do que qualquer outra geração que estamos vendo.

E na Geração X só valoriza a praticidade em jogo, entendam, enquanto 78% da Geração X se envolve com marcas para soluções práticas, eles também são tão propensos quanto os millennials a se expressar por meio de marcas sólidas. A pesquisa elucida que apenas 18% acham a tecnologia confusa, o que é significativamente menor do que tanto os millennials (28%) quanto os boomers (23%).

Digo que essas descobertas expõem uma verdade crítica, ou seja, os valores e comportamentos que atribuímos a gerações específicas são, frequentemente, necessidades humanas universais expressas através das lentes da tecnologia atual e do contexto cultural existente.

É fato que marcas com visão de futuro estão indo além dos atalhos demográficos e, em vez disso, focando nos valores, comportamentos e necessidades específicas que realmente orientam as decisões do consumidor para suas compras.

O básico disso tudo é a segmentação baseada em necessidades. Vejam, sobre o domínio da Amazon, que decorre do atendimento a necessidades universais em vez de preferências geracionais, simples. Muito prático, com seus investimentos em experiências sem atrito, como compras com um clique, atraem igualmente pais pressionados pelo tempo, millennials experientes em tecnologia e idosos em busca de conveniência sólida. Fica bastante claro que quase metade da Geração Z (48%) e 42% dos baby boomers concordam que pagarão mais por conveniência, mostrando que as necessidades básicas transcendem as divisões geracionais existentes.

Não podemos esquecer que para ter sucesso no futuro do marketing, as marcas devem ir além da segmentação demográfica ultrapassada e adotar estratégias baseadas em intenção e orientadas por comportamento geracional.

Vou dar umas dicas:

Tente priorizar comportamentos em vez de datas de nascimento, procure se concentrar nas ações do cliente, ou seja, no que ele clica, compra e interage, em vez de sua idade ou geração explícita, pois, dados comportamentais fornecem insights mais precisos e relevantes para personalização e segmentação exata.

Procure focar na intenção em vez da identidade, procure também usar dados como termos de pesquisa, histórico de compras e padrões de engajamento para prever necessidades e interesses lógicos. Percebam que sinais de intenção são preditores mais fortes de ação do que atributos estáticos como gênero ou localização metódica.

Procure enfatizar a relevância em vez do alcance, ou seja, direcione mensagens que sejam oportunas e específicas às necessidades do usuário, em vez de buscar exposição em massa em seu contexto. Lembre-se, a segmentação precisa gerar maior engajamento e ROI mais forte do que campanhas amplas ao seu redor.

Enfim, os profissionais de marketing mais eficazes entendem que a idade é apenas um fator em uma matriz complexa de tomada de decisão com solidez. Que fique na massa do sangue, ao construir estratégias em torno de necessidades humanas universais expressas de maneiras específicas ao contexto, você criará conexões que impulsionam tanto a conversão imediata quanto a fidelidade do cliente a longo prazo ganhando a sua confiança.

Pense nisso.

Sergio Mansilha

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