segunda-feira, 9 de junho de 2014

Perguntando e aprendendo

Sócrates teria sido, segundo seus discípulos, um dos sábios que mais brilhantemente fez uso das técnicas de perguntar. 

Suas questões provocavam nos seus interlocutores insights que os ajudavam a ampliar as perspectivas de seus pontos de vista.

Boas perguntas, frequentemente, são mais poderosas do que boas respostas. Elas nos desafiam a pensar. A olhar por detrás das convenções, a buscar alternativas adicionais ao nosso pensamento tradicional. É interessante notar como a maioria de nós não tem noção, tampouco consciência, de como uma pergunta bem feita pode ser a chave que abrirá as portas para um mundo de possibilidades. Contudo, não é só o que perguntamos que interessa, mas como, quando e onde perguntamos. Algumas técnicas são de inestimável valor. Existem perguntas que são feitas para descobrir, revelar, diagnosticar, conhecer. 

Elas são usadas mais em benefício de quem pergunta do que de quem responde; isso porque a natureza da questão objetiva entender uma determinada situação e agir em sua direção. É o caso, por exemplo, de um investigador que procura por uma pista para revelar um mistério ou de um médico que busca encontrar sintomas para decidir que tratamento seguir. A elaboração de outras perguntas apresenta um maior grau de complexidade. São aquelas usadas para ensinar, orientar, incentivar, redescobrir. Elas são usadas mais em benefício daqueles que as respondem do que daqueles que as fazem, isso porque o seu fundamento visa criar no outro uma nova visão do mundo ou de si mesmo. 

É o caso do professor que faz as perguntas para incentivar o aluno no seu processo de aprendizado ou do terapeuta que, por meio de questões-chave, estimula e apoia o paciente a desvendar o seu próprio sentido de vida. Agora, para sermos efetivos na arte de perguntar, é preciso ter foco, estar presente e ouvir o interlocutor. Ter foco significa estar com a atenção voltada aos significados do diálogo. Estar presente é viver o momento na sua plenitude, é estar inteiro na relação com o interlocutor. Ouvir é mostrar um sincero interesse pelo assunto que o interlocutor está desenvolvendo. Investimos muito pouco tempo na arte de perguntar. 

Muitas pessoas não se sentem confortáveis quando têm que fazer perguntas a alguém. No entanto, se fizessem uma boa pergunta, estariam construindo relações de confiança e poderiam dar novos significados às conversas de uma forma inesperada, porém gratificante.

Boas perguntas têm o poder de ir ao cerne do que realmente interessa, seja conduzindo uma reunião com o staff, apresentando a empresa a um cliente, seja ainda participando de uma reunião de feedback. Alguns exemplos: 

"Da perspectiva de vocês, qual seria a forma mais valiosa para passarmos esse tempo juntos?”. 

“O que você mais gostaria de saber sobre nossa firma?” 

“Você poderia me dar um sincero feedback sobre o trabalho que temos feito juntos?” 

“O que você mais teme quando pensa em alcançar estes objetivos?” 

Aprender a perguntar irá nos ajudar a criar empatia, a construir relações e a ter sucesso em várias situações de nossas vidas, tanto as pessoais quanto profissionais.

Sergio Mansilha

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