segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O oceano da desinformação das redes sociais

Constantemente vejo a busca incansável por mais conexões (agora estou conectado a fulano) ou mais "atualizei me perfil" como se isso fosse o Santo Graal da internet. 

Pessoas se engrandecem pela quantidade de participantes nas suas redes sociais e colocam essa "conquista" em um pedestal. E o pior: muitos admiram essa façanha e fazem um espelhamento disso como o maior objetivo das suas vidas. 

A estratégia do "ganhe conexões" é pífia. O valor está no "conquiste relacionamentos". Reconheço que há diversos casos merecedores da grande quantidade de conexões pela relevância e importância em suas áreas de atuação. Fora isso, é mero modismo. Seguir por seguir é um ato vazio. 

Você já se perguntou qual é o objetivo das redes sociais? 

Já pensou na concepção original delas? 

Veja o LinkedIn que é hoje o maior banco de dados profissionais do mundo. Essa plataforma sempre apostou na proximidade de seus membros para crescer sua base de usuários. Com todas estas formalidades, o LinkedIn cresceu com uma estratégia mais focada em qualidade do que quantidade. A lógica era montar um "clube fechado", em que apenas pessoas que realmente se conheciam eram amigas. A estratégia parece que deu certo, pois hoje os principais executivos de grandes empresas possuem uma conta na rede social. 

A grande questão que fica é se esta estratégia restritiva de conexão do LinkedIn se sustenta para a nova geração que entra no mercado de trabalho a partir de agora. Será o LinkedIn uma ferramenta útil para um jovem recém-formado ou aqueles em posições mais juniores divulgar seu perfil profissional ou procurar um emprego. 

Os jovens de hoje são impacientes, informais nas relações interpessoais e multi-tarefas. Para eles, os limites de privacidade são bem diferentes do que a geração de seus pais. Estes jovens não fazem distinções entre o amigo do trabalho e o amigo da balada. É tudo a mesma coisa. A relação com o trabalho também muda: não lidam bem com rigorosas hierarquias, o sobrenome corporativo não exerce tanto fascínio e não se preocupam com o status de um cargo. Apesar de ter sido bem sucedido até agora, o LinkedIn pode se enrolar na estratégia que garantiu seu sucesso até o momento. 

Cada vez mais os jovens que entram hoje no mercado de trabalho passam mais tempo no Facebook do que em qualquer outra rede social. Adicionam seus chefes como amigos e borram a fronteira do que é profissional e pessoal. A plataforma tecnológica(Linkedin) é bastante robusta e a rede social tem se tornado uma importante ferramenta de contratação de gerentes de níveis médios e executivos. 

Porém, como sustentar seu crescimento pregando conceitos que não fazem parte dos valores das próximas gerações? 

Se continuar neste caminho, o LinkedIn corre o risco de virar um dinossauro do mundo da tecnologia. Independente de qual seja a rede social, todas foram criadas para promover comunicação entre pessoas com explanação de idéias, convicções, estudos e tantos outros. 

Simples assim! 

Mas, quantos seguem essa postura? 

Poucos… A maioria prefere uma coleção de números(conexões) à interação bem feita. Por isso a explosão de assuntos repetidos, retuitados e recurtidos à exaustão. 

O Linkedin está virando outdoors de mensagens e campanhas sem qualquer pessoalidade e, na minha visão, isso é péssimo. As pessoas se transformam em meros papagaios de pirata que replicam e duplicam, mas nada criam de original. Apenas são levadas pelas marés do grande oceano da (des)informação. Apenas remodelam algum conteúdo – ou nem isso – quando o interessante é inovar. 

E há também aqueles que falam para o monitor, como se não houvesse ninguém do outro lado, ou seja, perde-se o grande valor que a tecnologia nos proporcionou: a possibilidade de encurtar distâncias, abrir novos horizontes e, com isso, criar oportunidades outrora inimagináveis, seja para a carreira, vida pessoal ou lazer. 

Enfim, prefiro ter meus poucos, mas muito relevantes amigos de jornada nas redes sociais do que me perder em meio à nicknames e avatares dos quais não lembrarei ao dar o próximo clique. 

Pense nisso.
Sergio Mansilha

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A viabilidade de empreender

Muitos iniciantes empresários têm uma visão distorcida a respeito da sobrevivência do negócio projetado. 

Entendem que a fama e o capital são conquistas primordiais, que todos os problemas financeiros e psicológicos acabarão. De repente surge uma ideia impressionante, nova e atraente, lançada sem qualquer estrutura, que sirva para aquele momento como uma porteira ao sucesso. 

Mas se esquecem de identificar a viabilidade do empreendimento como um todo e por isso comentem vários "pecados" no mercado. O pecado primeiro é de não conhecer o consumidor potencial e suas necessidades, mesmo sabendo que clientes estão mais exigentes e disciplinados. Para isso é necessário uma triagem. 

Existem várias ferramentas que possibilitam esse filtro, inclusive a própria percepção empreendedora pincelada com um conjunto de conhecimentos técnicos e teóricos, habilidades e capacidade no cenário global. Então para saber qual a maneira de agradar os clientes não é apenas disponibilizar uma farta quantidade de produtos e serviços achando que são insubstituíveis. 

Além de traçar o perfil dos clientes é inevitável definir a concorrência e distinguir a lógica que cada um deles utiliza para inserção e permanecia da organização a qual faz parte. Ter concorrente é imprevisível e preciso, porém, o certo é absorver as ideias eficazes remodelando os erros, e no cuidado quando tiver que enfrentá-los numa batalha. Se for afoito não traz resultado, no entanto, determinados momentos é melhor recuar. 

O grau de relacionamento de empresas e concorrentes chegou a ponto de falar em parceria. Sim, parceria. É o desafio atual para ser bem sucedido focando sabedoria e humildade. Para implantar um negócio hoje é preciso pensar em sustentabilidade. E tornar sustentável uma empresa é tarefa árdua que envolve todos os aspectos humanos e todos os parâmetros sociais. 

Então é bom saber um pouco de cada coisa: de psicologia, economia, desenvolvimento, administração, de engenharia... 

Uma lista de atribuições que automaticamente são emersos no dia-a-dia com a era da informação. 

E o mais difícil é decifrar essas informações que são de modo geral à sociedade precisando condensar de forma prática e útil à realidade do cliente alvo da empresa. 

Sergio Mansilha

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Execução de tarefas e comprometimento

Não existe maior preocupação do que manter níveis razoáveis de compromisso e entrega de resultados, em relação aos funcionários. Sejam eles apenas “colaboradores” ou líderes de todos os níveis.

Este é um esforço que muitas vezes desgasta quem tem a tarefa de “manter o espírito de equipe” e/ou “alinhar e conseguir aderência” aos objetivos da empresa. Pelo simples fato que a maioria das ações nesse sentido, fracassa ou fica aquém do desejado. Muitas empresas chegam mesmo a pensar que é impossível conseguir que as pessoas aceitem suas responsabilidades e desenvolvam seu trabalho de forma eficiente e colaborativa.

Vista de forma analítica parece simples resolver a questão: basta efetuar séries de ações visando comunicar e desenvolver competências para que o quadro de pessoal atue de forma desejada. Porém, a questão é bem mais complexa do que a simples lógica pode supor. Se não fosse assim, o que explicaria o desânimo e ceticismo dos colaboradores com programas de treinamento, avaliações de desempenho e outras técnicas do arsenal de gestão de pessoas?

Contudo, se colocarmos a situação de forma perspectiva veremos que a solução dos problemas de produtividade e comprometimento, não está localizada no condicionamento da força de trabalho à adequação às normas e regulamentos organizacionais. E sim, diretamente ligada à como as pessoas encaram as relações de trabalho e as interações com a empresa e os colegas. 

Numa palavra: as pessoas devem ser orientadas a não competir com a estrutura, mas buscar pontos de atratividade na execução de suas tarefas.

Se esta interação não ocorre de forma adequada, temos um quadro evolutivo que vai do presenteísmo à anomia. Isto, porque, em vez de se concentrarem nas atribuições que lhes são próprias, o psiquismo individual estará sempre alerta para defender-se das injunções “hostis”, mais do que encontrar novas formas de integração. Daí para frente, temos uma espiral de defesa e discordância que inviabiliza a recepção do discurso da organização, por mais criativas as formas de se buscar sucesso na empreitada. A natureza humana e a condição humana sempre estão de mãos dadas, não importa o que dizem os doutos…

Nada adianta motivar equipes, se na próxima segunda-feira, ao retornarem às suas posições de trabalho elas continuarem a prestar atenção à diferença e ignorar as igualdades. Em outras palavras: o trabalho a ser desenvolvido é o de mostrar que, mesmo se houver discrepâncias ou incoerências, elas deveriam olhar para um quadro geral, onde teriam maiores chances de se identificarem com as coisas positivas e “ordenadas”, do que fixar sua percepção e gastarem energia localizando as coisas que estão “fora do lugar”.

Depois de a internet vulgarizar a informação, hoje todo mundo fala de “estratégia”, “mudanças ou “inovação”, mas na verdade estão dizendo o quê”? É preciso cuidado com esta sinuca de conceitos, pois no mais das vezes o que uma empresa necessita é de trabalho bem feito (que necessita de contrapartida é claro). Por exemplo, razoavelmente pagos e não de profissionais que ficam viajando na maionese, quando deveriam apenas cumprir suas funções com bom senso e qualidade.

Por isso, se você necessita de maior comprometimento e produtividade, esqueça as receitas de bolo e os nefandos “modelos de gestão”, para se focar exclusivamente no que realmente pode trazer benefícios e melhorar o clima. Faça um mapeamento de como e “para o que” as pessoas estão olhando e trace diretrizes para treinamento. Um treinamento diferente: treine o olhar destes profissionais. 

Ajude-os a modificar seus mapas de representações e desenvolva a intuição como ferramenta.

Se eles conseguirem um ganho de qualidade na sua visão e perceberem o quanto isso ajuda na sua carreira, o comprometimento será apenas consequência.

Sergio Mansilha

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